Sistema CFC/CRC reduz custos e investe em qualidade dos serviços
A exemplo de janeiro passado, o Conselho Federal de Contabilidade suspendeu neste mês de julho as reuniões plenárias e de comissões. O recesso, que já resultou na redução de gastos na ordem de 15%, faz parte de uma série de medidas voltadas à contenção de despesas, adotadas conjuntamente com os Conselhos Regionais que integram o Sistema.
O presidente do CFC, Martônio Coelho, destacou a perigosíssima crise que o País atravessa, com reflexos no comércio e terceiro setor, que têm provocado forte retração na economia e motivado, inclusive, a edição pelo governo da Medida Provisória denominada Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que propõe diminuir em até 30% as horas de trabalho, com redução proporcional do salário pago pelo empregador.
“Redução de salário eu diria que não, mas de pessoal talvez”, afirmou, referindo-se a adoção de providências nesse sentido no Sistema. Ele reconheceu a terceirização de serviços como um fato latente, apesar de alguns sindicatos da área pública serem radicalmente contra. “A verdade é que o Brasil se encontra em situação crítica e nós temos que encontrar com tranquilidade as alternativas para solucionar esses problemas”, acrescentou.
Nesse contexto, ele citou casos de Conselhos que estão enfrentando dificuldades, causadas pelo custo alto e fixo para manter um pequeno contingente de funcionários, a exemplo dos Regionais do Acre e Roraima, que estão recebendo orientação e apoio pessoal do Federal, como colaboração à gestão.
Simultaneamente, o CFC está implantando programa de qualidade total no Órgão, que já alcançou sete setores. Estão sendo proporcionadas novas oportunidades de capacitação das pessoas e das equipes, com vistas à eficiência na utilização dos recursos humanos, materiais e financeiros, e a eficácia no alcance dos resultados que garantam a satisfação do seu público alvo e a perenidade do Órgão.
Erro de gestão
Durante participação em Simpósio Nacional de Contabilidade promovido pelo Conselho Regional de Contabilidade da Paraíba, Martônio também falou sobre as manobras fiscais apelidadas de pedaladas, lembrando que são uma questão de gestão pública e nada têm a ver com contabilidade, que apenas registra um fato como ele se apresentou.
No próximo dia 30, aliás, ele tratará o tema na Secretaria do Tesouro Nacional, que é responsável pela elaboração dessas questões de registro.
Segundo ele, o que houve foi que o Estado brasileiro contraiu empréstimos que são proibidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e isso foi colocado no balanço do Tesouro, feito pela Secretaria do Tesouro Nacional. Para Martônio, isso é um erro de gestão e não tem muito a ver com a contabilidade, apenas através dele é que foi descoberta a pedalada”, declarou.
“A pedalada é uma questão do governo tomar atitudes equivocadas, a exemplo de a Caixa repassar o recurso do Bolsa Família e o Tesouro Nacional ter que aportar na instituição em um determinado prazo, mas o Governo contingenciar isso para pagar a posteriori, porém, a lei não permite você passar o exercício devendo algo. Isso é que se chama de pedalada, no sentido de passar para a frente sem poder. E é o único instrumento que temos no Brasil capaz de dissecar os malfeitos que eventualmente os gestores brasileiros possam fazer “, concluiu.